Diário de bordo

Sou um escritor iniciante, cuja a maior paixão é mexer com a imaginação e as emoções das pessoas. Como um eterno viajante, passo a vida navegando por mundos imaginários e vivendo aventuras sem fim. Criei esse blog inspirado em alguns escritores profissionais que relatam seu dia a dia, suas dificuldades e experiências em criar universos fantasticos. Acompanhe-me nessa viagem, mas tenha cuidado; Uma vez que se deixe levar pela fantasia, não há mais volta.

segunda-feira, setembro 25, 2006

Uma Noticia Há Muito Esperada

Quando comecei esse blog há pouco menos de um ano, meu objetivo com ele era claro: narrar a quem se interessasse o cotidiano, os desafios e idéias de um escritor iniciante. Eu poderia ter criado um blog antes, na época em que blogs eram a última moda e onde todos os usavam como diários pessoais, mas preferi fazê-lo quando achasse que tivesse algo a dizer.

Você, leitor fiel, tem acompanhado nos últimos meses os artigos que escrevo semanalmente para lhes contar um pouco dessa experiência, algumas vezes tão gratificante e outras tão decepcionante. No entanto, sei que meus leitores devem estar esperando a mesma noticia que eu nos últimos meses, alguma luz sobre a possibilidade de publicar meu primeiro trabalho, sair do limbo e ter minhas aventuras ao alcance de qualquer um que queira lê-las

Bem, a noticia chegou até mim no último dia 15/09 e escolhi esse momento para dividi-la com vocês com grande alegria. Foram quatro anos de madrugadas mal dormidas, criando, escrevendo e moldando minha aventura para que finalmente encontrasse alguém que estivesse disposto a apostar em parte nesse sonho.

A editora Novo Século (www.novoseculo.com.br) com uma tradição de publicar autores iniciantes aprovou meu original para publicação, tanto através de seu catálogo regular como através da coleção Novos Talentos. Porém, vencida a primeira grande batalha, ainda existe um desafio ainda maior na realização de meu sonho.

Caso deseje ver meu livro publicado pelo catálogo regular (as custas da editora) terei de esperar até 2008 ou 2009. Se eu pretender que o livro seja lançado ano que vem, terei de desembolsar a quantia de R$12.000,00 (doze mil reais) para ajuadar a cobrir os custos de publicação.

Os mais comedidos imediatamente me dirão: "Ora espere até 2009, você ja esperou tanto tempo e isso é muito dinheiro". Concordo com vocês, é sim muito dinheiro, mas é um preço baixo a se pagar para ver um sonho tão grande realizado. Tenho de aproveitar o interesse do público por livros de fantasia e não consigo prever como estará o mercado daqui a dois ou três anos.

É fato que não tenho esse dinheiro todo, mas estou disposto a levantá-lo para ver isso se concretizar. Vocês certamente notaram o intimidador contador que postei no topo do blog e será através dele que poderão ver o quanto meu sonho esta próximo de ocorrer. Estou tentando doações, patrocinios e mesmo uma festa em São Paulo para arrecadar fundos. Caso queira saber como você pode participar e me ajudar, Clique Aqui.

A todos aqueles que visitam esse blog e que sabem da importância desse projeto para mim, peço que participem como possam e que sobretudo torçam para que esse empreendimento dê certo.

Continuarei atualizando o blog semanalmente com artigos e novidades sobre essa empreitada e espero poder contar com o retorno de vocês para acompanhar passo a passo a realização de meu maior sonho.

segunda-feira, setembro 18, 2006

Dogmas Literários

Outro dia fui numa palestra com o tema: "A ficção cientifica na literatura nacional" e acabei percebendo uma coisa muito comum entre a ficção e a fantasia.

Já mencionei aqui antes as minhas reservas sobre escrever histórias onde a magia e os poderes divinos são extremamente presentes e atuantes. Não gosto de ler sobre bolas de fogo voando pelos céus a torto e a direito e nem sobre deuses disparando raios e trovões dos céus. Gosto de algo mais humano, mais fundamentado no personagem e no ambiente, deixando esses efeitos especiais para momentos de maior climax.

Eis que ao final da palestra fui discutir com um amigo sobre o que haviamos assistido e foi então que eu percebi o quanto a fantasia e a ficção cientifica podem as vezes dar um status quase divino a certas coisas.

Chamei essa questão de dogma literário, uma verdade absoluta, criada pelo autor, impedindo a contestação dessa idéia pelo leitor. O dogma literário ocorre quando o autor fornece uma explicação simples para um fenômeno complexo, justificando que uma vez que ele cria as regras de seu mundo, esse fenômeno é uma verdade, um dogma.

Se eu lhes apresento em meus livros um cavalo falante, voador e que além de tudo fica invisivel, você leitor sabiamente irá me dizer: "Mas cavalos não fazem nada disso" e eu ainda mais sabiamente irei justificar "não fazem realmente, mas este é um cavalo mágico". Neste momento, a argumentação acaba.

Isso na fantasia é um recurso amplamente usado (as vezes exagerado) e que pode ser facilmente justificavel por elementos inexistentes em nossa realidade (como a magia), mas por incrivel que pareça, isso também funciona muito bem na ficção cientifica.

Citando o filme De Volta para o Futuro (Back to the Future - 1985), o Dr Emet Brown nos informa em poucos segundos que a viagem no tempo só é possivel graças a um dispositivo chamado capacitor de fluxo. O tal capacitor ignora toda e qualquer lei vigente da fisica, sendo apenas um par de luzes coloridas que nos convence de sua capacidade. Ou seja, bastou um cientista dizer que essa ciência é capaz de fazer o que promete e já estamos convencidos de sua importância.

Tudo bem, depois da aula de ciências você se pergunta: "E dai, por que isso é importante?". A questão é que o dogma literário é muitas vezes um recurso usado quando um autor desconhece um determinado assunto a fundo e se agarra ao dogma com unhas e dentes para não ter de dar explicações mais detalhadas. Esse recuros é sem dúvida uma faca de dois gumes, podendo ser usado para o bem ou para o mal. Existem duas formas de se fazer um navio voar, eu posso criar um sistema de balões que o sustentem e colocar alguns magos que criam ventos para impulsionar suas velas ou posso simplesmente dizer que ele é mágico. Particularmente prefiro a primeira opção

segunda-feira, setembro 11, 2006

Personagens Femininos II - Psicológico X Belo

Prosseguindo no tópico da semana retrasada sobre os personagens femininos, não posso deixar de fazer referência a discussão muito produtiva que tive sobre o assunto no Orkut. No último post você soube como eu construi minha primeira grande personagem feminina e como ela serviu de inspiração para tantas outras.

A grande questão a ser levantada agora é: Como criar um personagem do sexo oposto que seja verossimel?

Eu já disse aqui antes que sou um escritor bastante experimental (leia o post Experimentando Sensações) e que esses experimentos me ajudam a colocar no papel coisas que desconheço. Interpretar uma personagem feminina em um jogo foi sim uma forma de experimentar essas sensações, sentir como era o contato social uma vez que muitos jogadores não sabiam quem estava por trás do personagem.

Durante a discussão surgiu a questão sobre se podemos suplantar o conhecimento técnico ou cientifico (no caso um estudo mais aprofundado do sexo feminino) pela licença poética e criativa, dando uma maior importância para o belo do que pelo real.

Minha opinião sobre o assunto esta no meio termo da discussão. Como escritor de fantasia, enfrento diariamente o desafio de escrever sobre coisa que nem sempre podem ser explicadas pela "ciência". Isso faz parte do trabalho de qualquer escritor do gênero que muitas vezes se vê obrigado a criar novas leis para acomodar suas idéias.

Por outro lado, não gosto da idéia de que o único compromisso do escritor de ficção seja com o belo e o estético. É claro que o escritor deve se preocupar em transmitir seu mundo de forma a fascinar o leitor, mas eu acredito que se não houver um pouco de estudo sobre aquilo que se quer passar, essa descrição se torna vazia.

Fico imaginando como seria para uma leitora do sexo feminino ler sobre uma personagem de seu sexo, buscar uma identificação e encontrar apenas clichês ou conceitos pré concebidos. O personagem pode ser belo em toda sua natureza, mas se o autor não tiver vivenciado ou mesmo estudado alguma referência, o personagem será muito irreal.

É claro que eu não vou viajar ao alaska quando quiser descrever um ambiente frio ou dissecar um animal para entender sua anatomia e poder melhor descreve-lo. Não tenho a intenção de escrever artigos para uma revista cientifica e sim de criar histórias que cativem o leitor e o façam viajar por algumas horas.

Nem tanto a Deus ou ao Diabo, acho que o equilibrio esta no meio.

sexta-feira, setembro 08, 2006

NOTA EXTRA

Caros leitores,

Escrevo apenas para falar de duas pequenas alterações no blog. A primeira foi a inclusão de um caminho para aqueles que quiserem se comunicar comigo via e-mail. Você pode clicar no link abaixo de meus dados ou enviar diretamente seu recado para mundosdemirr@gmail.com

A segunda alteração foi a inclusão de dois banners do jogo Puzzlepirates (www.puzzlepirates.com), um MMORPG que estou jogando e que como tem uma certa pertinência ao tema do blog, resolvi divulgar. Se você pretender jogar também, peço que clique em um dos banners para fazer a inscrição


A próxima atualização ocorrerá na Segunda Feira, retornando a programação normal

domingo, setembro 03, 2006

O Nascimento de uma Personagem

Estava relendo o post da semana passada e acabei percebendo que não fui muito claro e até um pouco injusto sobre as origens da minha personagem, a Colleen, e achei que seria legal esclarecer tudo essa semana.

Colleen não nasceu como um personagem de NWN (Neverwinter Nights), suas origens remontam alguns anos antes e sua criação foi tudo menos simples. A história começa mesmo antes de Jonathan (protagonista do primeiro livro) nascer para a literatura.

Em 1999, eu conheci Ana Beatriz, que viria a se tornar minha musa, companheira de sonhos e de realidades também. Ela é irmã de um outro grande amigo cujo apelido é Gangrel e que como eu faz parte da Turmaluka (grupo de amigos virtuais que mudou minha vida e que falarei oportunamente).
A questão é que nesse grupo, ninguém se conhece pelos nomes próprios e logo ficou claro que a Aninha precisaria de um apelido a altura. Sem saber de onde tirar as idéias, sentamos na cama e eu abri uma grande pasta de cards chamados Spellfire. Ali comecei a folhear as páginas, sugerindo diversos nomes para que ela escolhesse. Ao final de muita procura e duas cartas depois, o apelido estava criado e assim nascia Colleen Northwind.

Anos depois, acabamos nos envolvendo em um grupo de live actions (RPGs ao vivo) chamado Graal onde teriamos de criar personagens para participar dos jogos. Foi nessa ocasião que nasceu Jonathan Devilla, meu alter ego e futuro protagonista de meu primeiro livro. Aninha acabou optando por usar seu apelido, dando a Colleen sua primeira caracteristica, o fato de ser uma pirata.

Junto com Colleen, nasceu Melleen, sua irmã quase gêmea (personagem que a Aninha usou nos primeiros jogos como forma de se acostumar ao jogo) e que diferente da pirata era uma moça mais bem educada. Para esse jogo, criamos uma história (que foi muito alterada depois) mas que lançou as bases para que essas duas personagens deixassem de ser apenas nomes para se tornarem pessoas reais.

Foi somente depois disso, por volta de 2001, quando já trabalhava no livro de Jonathan é que resolvi usar Colleen como personagem de um MMORPG (Massive Multiplayer Online Role Playing Game) e que acabei por desenvolver algumas peculiaridades dela como seu sarcasmo e suas relações com outras personagens.

Esse post serve para mostrar como o nascimento de um personagem pode ser conturbado, repleto de curvas e desvios que não esperamos. Acho que são essas linhas tortas onde é escrita a sua história que os torna tão apaixonantes e tão vivos para mim. Eu consigo imaginar Colleen e Jonathan perfeitamente em minha mente. Adoraria poder sentar com eles em uma mesa e conversar por horas a fio sobre suas aventuras. Talvez seja essa vontade que torna o ato de contar uma história algo tão fascinante. É como a adrenalina de se andar em uma montanha russa, uma vez viciado nela você não quer mais parar.