Diário de bordo

Sou um escritor iniciante, cuja a maior paixão é mexer com a imaginação e as emoções das pessoas. Como um eterno viajante, passo a vida navegando por mundos imaginários e vivendo aventuras sem fim. Criei esse blog inspirado em alguns escritores profissionais que relatam seu dia a dia, suas dificuldades e experiências em criar universos fantasticos. Acompanhe-me nessa viagem, mas tenha cuidado; Uma vez que se deixe levar pela fantasia, não há mais volta.

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Tentando Superar o Desânimo

Pois é, 04 de Dezembro e estou a menos de um mês de encerrar minha campanha para arrecadar fundos para bancar o livro. Desde Setembro minha vida tem sido uma verdadeira montanha russa, com altos e baixos, surpresas e desabores. O emprego que esperava há sete meses veio e me trouxe um pouco de alívio. A notícia da publicação do livro chegou na mesma época e me pegou num estado de euforia muito grande.

Os meses passaram, os percalços foram grandes e a cada dia vi se tornar mais difícil e distante a idéia de conseguir publicar o livro no prazo que gostaria. Os patrocínios não deram certo e as poucas doações que recebi (e sou grato por cada uma delas) vieram de fontes inesperadas, mas insuficientes para fazer a coisa começar a acontecer. Trabalhar na Fnac também me fez perceber certas coisas que não conseguia enxergar até então. A primeira delas é que livros nacionais (especialmente os de fantasia ou de autores desconhecidos) não vendem. Eu cuido da parte de literatura da loja e nas poucas vezes em que um cliente me aborda para buscar um livro nacional, em geral, é um Paulo Coelho, um Luis Fernando Veríssimo ou algum clássico da literatura.

Outra questão foi perceber o que são quinhentos livros (proposta que a Novo Século me ofereceu pelos R$12.000 pedidos pela publicação). Nosso estoque está abarrotado com aproximadamente 700 exemplares de um título específico e mesmo sendo um best seller não vejo vender como esperaria.

Se isso já não bastasse, diversas pessoas (algumas inclusive do meio editorial) têm contestado comigo firmemente que o valor pedido pela editora é exorbitante e irreal. Cada dia mais sinto que estou literalmente pagando para ser publicado e que a avaliação da editora não chegou a considerar realmente se o livro teria algum mérito para venda. Se eu tivesse esse dinheiro, certamente já teria pago, mas devo pensar também que mesmo que arrecade os 50% pedidos (R$6.000) ainda terei de vender 150 livros somente para custear os outros 50%.

Já me ofereceram propostas de imprimir por minha conta, o que sairia infinitamente mais barato, mas de que adiantará ter quinhentos ou mais livros estocados no meu armário? Que mérito existe em pagar para que uma gráfica imprima seus livros, uma coisa que qualquer um com dinheiro pode fazer?

Sem dúvida todas essas questões vem afetando bastante minha produção atual e o desânimo de chegar em casa após o trabalho não tem me ajudado a superar o atual bloqueio para trabalhar no novo livro. Espero ter notícias melhores no próximo post. Apesar de tudo, eu cheguei até aqui e não posso simplesmente abrir mão do meu sonho de uma hora para outra.

3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Paul, entendo sua vontade de ver seu livro publicado por uma grande editora, assim como entendo um músico que gostaria de ter todo o aparato de uma grande gravadora para divulgar seu trabalho.

Entretanto acho que você está errado quando acha que se for algo independente tem menos valia. Quantos músicos hoje em dia não lançam seu CD de forma independente e aí sim são notados pela mídia, a mesma que antes os desprezava?

Eu vejo isso pelo montes de pequenas bandas de perto e de longe que vejo crescerem aos poucos e acho que isso se aplica muito bem ao seu caso, apesar de ser outra a sua arte.

Aqui em Bauru existem dezenas de bandas, algumas vão em frente e começam a despontar: Coffee Trip e Mercado de Peixe, por exemplo. E Mombojó, no Recife! Não foi nada grandioso o lançamento do CD dos caras, foi vendido em banca de jornal como encarte da revista que o Lobão produz e os caras tão sendo todos babados pela crítica porque eles são bons.

Talvez você esteja com a idéia de que a mídia só aprecia o que é bom, mas a mídia só se agrada com o que vende fácil, xuxu. Vender fácil não significa ser bom. Axé music vendia fácil. Paulo Coelho vende fácil. Por isso eles falam o tempo todo. Até porque se não falar o povão não compra, porque no fundo é um produto meia-boca.

Seu livro não é um produto qualquer, é um sonho materializado, uma objetivação sua, algo de dentro que você exteriorizou. Se você acha que está sendo ludibriado pela editora, mande tudo às favas, faça você mesmo! Vá pelas beiradas, venda sua história pelo Orkut, pelo seu blog, não tenha medo. Não tenha vergonha na cara, não!!! ;D Vai fundo que eu te dou o maior apoio!

Beijos, beijos, e tudo de bom! ;***

1:48 PM  
Blogger Ana said...

Claudio, eu também acho que você pode perfeitamente conseguir outra alternativa. E uma que não te deixe com 500 livros estocados no armário. Já te falei sobre editoras que publicam sob demanda, como a Frutos... e nada impede que você faça uma tiragem de, digamos, uns 100 exemplares e organize um lançamento entre seus amigos e conhecidos. O resto é trabalho de divulgação que - desculpe ser tão rude - a Novo Século NÃO VAI fazer por você.

Publicar por conta própria não é nenhuma vergonha e muito menos um sinal de que seu livro não é bom. Só significa que os editores não o classificaram na lista dos "mais vendáveis". Como disse a Bel, isso aconteceu com muita gente que hoje faz sucesso.

Quanto ao desânimo... cara, sei o que é isso. Olha meu penúltimo post na Estante que você vai ver. Mas é preciso seguir em frente, com os sonhos e com a vida.

Beijo carinhoso,

Ana

6:08 PM  
Anonymous Anônimo said...

Claudio,

Esqueça o desânimo!

É um sonho muito difícil mesmo de realizar, ainda mais num país de não-leitores, como o Brasil.

Ser escritor de fantasia por aqui é como ser astronauta na Zâmbia.

KEEP WRITING! GO FOR THE JUICE, FOR THE JOY!

Não perca essa coisa incrível que você JÁ tem e ninguém pode tirar de você, essa sua vontade de escrever.

Como eu gostaria de estar trabalhando no rascunho do meu SEGUNDO romance. Quem me dera ter forças para escrever um sequer!

Lembre-se da história do Ian Banks: o cara escreveu SEIS romances ANTES de ser publicado. Hoje, Banks é considerado um dos maiores escritores da Grã Bretanha.

Portanto, pare de choramingar, seu marinheiro de água doce, e volte pra escrivaninha!

9:40 AM  

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