Diário de bordo

Sou um escritor iniciante, cuja a maior paixão é mexer com a imaginação e as emoções das pessoas. Como um eterno viajante, passo a vida navegando por mundos imaginários e vivendo aventuras sem fim. Criei esse blog inspirado em alguns escritores profissionais que relatam seu dia a dia, suas dificuldades e experiências em criar universos fantasticos. Acompanhe-me nessa viagem, mas tenha cuidado; Uma vez que se deixe levar pela fantasia, não há mais volta.

domingo, outubro 29, 2006

O Pai Rico que Mexeu no Queijo do Monge Executivo Pobre

Talvez esse tenha sido o titulo mais extenso (e mais sem nexo aparente) que eu ja tenha colocado nesse blog, mas peço licença para constatar uma coisa que me incomodou nas últimas semanas. Conforme já relatei aqui, estou tendo a oportunidade de trabalhar na área de livros da Fnac, o que tem aberto a minha mente para a literatura e me feito conhecer um pouco do publico comprador de livros de São Paulo. Minhas observações até o momento não tem sido lá muito animadoras.

Estava perguntando para um colega, em tom de brincadeira, se todo o bacharel em direito precisa escrever um Curso de Código Civil para poder se fazer advogado? A razão da minha pergunta foi a quantidade imensa de títulos com o mesmo nome e propósito na sessão de livros jurídicos. Logo percebi que o mesmo principio se aplicava a parte de administração e auto ajuda, com dezenas de títulos com o mesmo propósito: Fazê-lo uma pessoa rica e feliz.

Fico impressionado com a criatividade que os escritores agora usam (tendo em vista a grande quantidade de mais do mesmo) para tentar atrair sua atenção para esse tipo de livro. Ai se vê absurdos como "O que aconteceira se Harry Potter fosse presidente da General Eletric" ou "Casais Felizes Enriquecem Juntos" ou as infinitas misturas de monges, executivos, Jesus e toda sorte de elementos cabalisticos ou populares que esses escritores usam para fazer seu tratado sobre a felicidade humana único e especial.

Até mesmo o milenar "Arte da Guerra", tratado de estratégia militar usado pelo General chinês Sun Tzu para vencer batalhas por volta de 500 A.C foi corrompido. Usado no inicio por alguns executivos que viam em suas lições algo á aplicar no mundo dos negócios, o livro ja conta com uma infinidade de variações, interpretações e adaptações para todo tipo de gente e gostos e até mesmo com uma subsessão exclusiva (dentro de administração) só para ele.

Enquanto vejo uma infinidade de livros desse tipo pulando das prateleiras, outros tantos clássicos se apertam nas prateleiras e gavetas esperando que uma boa alma os leve para casa. É claro que existem livros de literatura em lugares de destaque, mas esses são sempre aqueles "mais vendidos" e que nem sempre saem muito do lugar comum. Um cliente me confessou certa vez que leu "Marley e Eu" (a história de uma mulher e seu cachorro) e que achou o livro insosso e sem novidades, o que não o impediu dele estar entre os dez mais vendidos. Outro também fez criticas semelhantes ao famoso "Empinador de Pipas" mas isso não impede que se venda mais do que pão quente numa tarde de domingo.

Confesso que nunca li nenhum desses livros e que talvez meu julgamento seja precipitado, mas porque não vemos mais autores brasileiros em destaque? Onde esta o leitor que lê um livro porque este o atraiu por sua capa ou orelha e não porque ele figurou entre os dez mais da Veja?

Livro é um bem caro e pouco acessivel e são raras as editoras que se arriscam com um autor iniciante. Talvez esse seja apenas um desabafo de um escritor apavorado com a possibilidade de ter seu livro trocado na boca do caixa por um outro, semelhante em conteudo ou idéia, mas com a vantagem de ter vindo de algum lugar fora das fronteiras do Brasil.

6 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Paul, tou colocando esse comment aqui prá vc ver, mas é sobre um post anterior: a festa pro seu livro vai ser quando? Eu quero ir e preciso saber com antecedência prá ir prá Sampa no fim-de-semana certo! ;D Besos, besos!

9:14 AM  
Blogger Ana said...

Olha... Infelizmente, boa parte, se não a maioria, das pessoas que têm dinheiro para comprar livros se guia muito por essas indicações de jornais, revistas ou rodas de bate-papo. E os autores e (especialmente, eu diria) editores espertalhões aproveitam a onda.
São dezenas, centenas de publicações do teor desse ladrão de queijo - ou seja, o óbvio ululante com capa em quatro cores. Na boa, prefiro o Paulo Coelho, que pelo menos conta histórias.

6:56 PM  
Anonymous Anônimo said...

Esse do cachorro é péssimo. Lembrou-me de um marketeiro que falou que a formula p´ro sucesso de um comercial é usar crianças ou cachorros. De preferência, os dois juntos...

6:49 PM  
Anonymous Anônimo said...

E aí cara!Aqui é o Guss!
Gostei do seu blog.
Me chamou a atenção em particular esse seu post. Mas acho que assim como no título vc tentou sintetizar críticas, a um único aspecto.
Concordo quando vc se refere aos problemas de ler o livro por indicações de revistas e jornais somente, e quanto a falta de costume de explorar a literatura "anônima". Na verdade não chego nem a discordar de vc em nada, mas gostaria de pontuar um aspecto quando vc se refere aos livros de auto-ajuda administração. Essa classe de livros sofre primeiro de um preconceito muito grande por aqueles que orgulhosamente se denominam leitores. Decorrência natural deste preconceito é algo interessante e com possibilidades de ser praticamente revolucionário ser tratado como um lixo qualquer, que com certeza existe nessas áreas e muitas outras(sim o Sarney está na ABL).Deixo a minha sugestão de leitura em especial para o Monge e o Executivo, que para mim soa como uma proposta quase revolucionária dentro do seu contexto.
To com muito sono e depois a gente continua essa conversa ao vivo.
Abração do seu irmão aqui!

1:05 AM  
Blogger AlexSM said...

O melhor que já vi foi o "A Arte da Guerra para Quem Mexeu no Queijo do Pai Rico."

S e n s a c i o n a l!

6:54 PM  
Anonymous wagner filho said...

Auto-ajuda financeira em minha opinião são excelentes livros, pois a falta de inteligência financeira é um problema do mundo, as poucas pessoas que a tem, foram buscar conhecimentos, e viram que não é um bicho de sete cabeças, os banqueiros agradecem as pessoas que não buscam informações sobre investimentos. Eu particularmente gosto de aprender, e não necessariamente de ler, leio muito, desde que eu acredite que estou aprendendo algo que poderiei utilizar algum dia, ou ajudar outra pessoa...
Livros que recomendo:

Pai rico pai pobre
Problemas? Oba!
Quem mexeu no meu queijo

Os livros não são manuais ou bíblias, são simplesmente pensamentos, que acabam abrindo bem a mente.
posso dizer que em 1 ano li uns 25 livros, absorvi o que julguei real para minha vida e apliquei, em 8 meses consegui quase quadruplicar meu patrimônio... Tudo é questão do que a pessoa procura na leitura, uma simples história, é muito bom, mas estou muito novo para me distrair e viver em um mundo de fantasias, prefiro preencher meu cérebro com informações que me ajudam no momento que eu estou vivendo...

para você "escritor apavorado" recomendo a leitura de:

Problemas? Oba!

Te garanto que será de grande valia, mesmo porque o escritor é presidente da editora, e ele sabe exatamente o livro que vende, e dá conselhos que serão úteis em sua vida.
Espero ter ajudao.

Abraços!

8:16 PM  

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