Diário de bordo

Sou um escritor iniciante, cuja a maior paixão é mexer com a imaginação e as emoções das pessoas. Como um eterno viajante, passo a vida navegando por mundos imaginários e vivendo aventuras sem fim. Criei esse blog inspirado em alguns escritores profissionais que relatam seu dia a dia, suas dificuldades e experiências em criar universos fantasticos. Acompanhe-me nessa viagem, mas tenha cuidado; Uma vez que se deixe levar pela fantasia, não há mais volta.

segunda-feira, agosto 21, 2006

A Primeira Leitora

Uma boa surpresa tem me animado bastante a escrever nas últimas semanas, a percepção de que aparentemente meu texto tem agradado alguém.

Conheci a Valéria a pouco mais de um mês na comunidade de Escritores de Fantasia do orkut. Geminiana, Taróloga por vocação e escritora adormecida, ela chamou minha atenção quando comentou que havia escrito um livro cujo cenário era o fundo do mar. Como deve ser óbvio para qualquer um que veja esse blog, eu fiquei imediatamente interessado na história.

Trocamos scraps e e-mails e logo concordamos em trocar sinopses de nossos livros. Nunca havia passado meu trabalho para ninguém fora de meu circulo de amigos e familiares, mas como a maioria dos que receberam meu original não leram, resolvi arriscar. Sinospses lidas, interesse estabelecidos, combinamos de trocar os originais completos.

Sinceramente no inicio achei que não ia dar em nada. Estou com meu trabalho registrado na BN e percebi que não tinha nada a perder. Aproximadamente uma semana depois, a coisa começou a mudar.

Conforme havia combinado, passei a ler o original da Valéria (que estava na gaveta a mais de dez anos) e percebi como nosso estilo era parecido. Intrigas politicas, personagens fortes, estava tudo lá no papel. Li o primeiro capitulo completo e mandei minha critica. A minha maior surpresa veio no dia seguinte, quando a Valéria começou a comentar comigo pontos e detalhes do meu livro, coisa que ninguém nunca havia feito antes. Eu mal sabia, mas ela estava se tornando minha primeira leitora "anônima", sem as obrigações que muitas vezes nossos amigos sentem em não nos chatear.

Do e-mail passamos ao MSN e logo minha leitora fazia conjecturas da história, mostrava suas suspeitas, se identificava com os personagens e fazia a viagem que planejei durante quatro anos para meus futuros leitores. É dificil descrever a sensação de ter seu trabalho avaliado e ver que pelo bem ou pelo mal estava prendendo a atenção de alguém. Quando ela disse que estava gostando de tudo, admito que fiquei preocupado.

Sou inseguro quanto a meu trabalho (acredito que muitos somos) e aquilo me deixou meio desnorteado. Estaria ela sendo educada pela amizade que passamos a travar ao longo daquele tempo? Seria por conta de eu estar lendo seu livro também?
O tempo me fez descartar essas hipóteses pela forma sincera e interessada que a cada conversa ela demonstra pelo meu trabalho. Se conseguir no futuro que outras pessoas se prendam ao que escrevo como ela tem feito, terei minha missão como escritor cumprida.

Quanto ao livro dela? sem rasgação de seda, é muito interessante. Gosto das descrições do fundo do mar e de algumas soluções que achou para alocar humanos lá. Tem algumas partes confusas e umas palavras dificeis, mas já conversamos sobre esse assunto e não é nada que não possa ser reparado.

Com estilos parecidos, chegamos a cogitar de um dia escrever algo a quatro mãos, seria uma experiência interessante sem dúvida. Se Tracy Hickman encontrou em Margareth Weiss uma parceira para escrever livros conjuntos, quem sabe o que o futuro reserva.

4 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Olha Claudio, eu não sei se o que vou te dizer é o certo de se dizer mas, achei nesse seu depoimento, uma mágoa que vc carrega pelo fato do seu esforço não estar sendo reconhecido pelos seus amigos e familiares. Nem mesmo sei se a proporção é essa. Entretanto, mesmo que vc venha a me dizer que não é assim, eu tenho que admitir que, infelizmente, se não somos dessa maneira por fora, com toda a certeza somos sim, em nosso ego. E, obviamente, com a mesma certeza, ficamos machucados com isso. Eu não o censuro quando diz que fica desnorteado, quando recebe um elogio ou algum comentário positivo porque, de repente, uma crítica nos levaria muito mais a caminhos de solução do que apenas estacionar um pensamento ou um desenvolvimento por causa de um simples "gostei". O mais dificil, é quando ela não vem... nem mesmo como elogio.
E pelo pouco que pude observar aqui, a sua narração é excelente. O que comprova o dito por Valéria:"que estava gostando de tudo". Acredite, vc será merecedor de todos os leitores que cabe a ti, mas... para isso, amplie o seu círculo de amigos leitores, faça o boca-a-boca, insista sempre na mesma tecla porque... a propaganda é a ... bla bla bla! Vc sabe o resto. Olha... eu não conheço o que escreveu, mas... pelo pouco que vc fez menção, tenho realmente que lhe dar os parabéns!
Muito legal mesmo o seu blog. Vou procurar estar sempre aqui pra ler o que vc escreve.
Abração!

10:08 PM  
Blogger Ana said...

Muito legal isso que está acontecendo, Cláudio. Da minha parte, gostaria de ter mais tempo para ler as obras de amigos da comunidade. Li a do Roman, que foi publicada, mas as que estão na Internet ou mesmo as que me mandam em Word exigem mais esforço, porque meu tempo no computador está cada vez mais curto. A não ser que as imprimisse - mas, aí, haja tinta (e dinheiro).

Ainda assim, estou concluindo a leitura do original do Antonio Luiz. Depois lerei seus contos na rede e, então, já terei alguma coisa que lhe dizer. Espero que também tenha a oportunidade de conhecer meu trabalho, acho que será bom para nós dois.

Ah! Fiquei muito curiosa sobre o livro da Valéria. Vou entrar em contato com ela para ver se me remete uma amostra também.

Abração!

10:46 AM  
Anonymous Anônimo said...

Pois sim...grande descoberta a sua. Aproveite tudo o que sua "leitora virtual" pode aportar ao seu trabalho. Você não me conhece, mas resolvi comentar apenas porque estou lendo um livro do Auster que conta as histórias de um livro dentro do livro e a forma como se pode escrevê-las. Estou aprendendo muito. Talvez vc goste de lê-lo. Chama-se A Noite do Oráculo, de Paul Auster.
Um abraço.

10:55 AM  
Anonymous Anônimo said...

Eu sei que tô devendo uma olhadela no seu livro, assumo publicamente a minha dívida. Mas como te disse, se estão gostando do seu trabalho, é porque ele é bom. Dizer para não ficar inseguro é besteira, todo mundo fica. Olha o canal de comunicação que você criou com esse blog recebendo três comentários super úteis. E assim que as coisas começam a girar, you know?

Bjs!

12:20 PM  

Postar um comentário

<< Home