Diário de bordo

Sou um escritor iniciante, cuja a maior paixão é mexer com a imaginação e as emoções das pessoas. Como um eterno viajante, passo a vida navegando por mundos imaginários e vivendo aventuras sem fim. Criei esse blog inspirado em alguns escritores profissionais que relatam seu dia a dia, suas dificuldades e experiências em criar universos fantasticos. Acompanhe-me nessa viagem, mas tenha cuidado; Uma vez que se deixe levar pela fantasia, não há mais volta.

segunda-feira, junho 26, 2006

Revisitando Fantasia

Mais uma vez me volto para o mundo de Fantasia (História sem Fim), mas dessa vez com uma nova visão da coisa. Como já disse em um pos anterior, o filme História sem Fim marcou a minha infância e acredito que tenha sido parcialmente responsável pela minha paixão em escrever e vivenciar aventuras.

No entanto, quando li o livro de Michael Ende, a história me agradou muito somente até o momento em que o primeiro filme acaba (a derrota do Nada e a reconstrução de Fantasia). Depois disso vemos Bastian adentrar Fantasia e se tornar cada vez mais e mais poderoso e famoso.

Para mim, deste ponto em diante a história começou a se tornar monótona e eu me forcei a ler até o final do livro. No entanto, essa visão acabou mudando um pouco após uma conversa que tive com um amigo esses dias e o entendimento real do que o livro quer dizer.

Eu acho que a grande lição do livro é: "A divisão entre a fantasia e a realidade é tênue e nenhum dos dois mundos deve ser único em sua vida". É fato que quando Bastian adentra fantasia, ele rapidamente perde o controle da realidade, esquece suas memórias terrenas e logo fica preso em seu prórpio sonho.

Admito que fugir da realidade permanentemente é sem dúvida um convite tentador, uma vez que lá você poder ser quem ou o que quiser, resolvendo os problemas com o simples poder do desejo. É verdade que sempre tive (e ainda tenho) grandes dificuldades de manter os pés firmes no chão. Me considero um sonhador incorrigivel e isso por vezes é razão de muito desapontamento.

Se tem algo que a "História sem Fim" nos ensina é que a fantasia é por vezes mais dificil de se escapar do que a realidade. Se o Nada era poderoso por comer o sonho pelas beiradas até ele desaparecer, a fantasia é ainda mais perigosa por lhe prender em seu meio e não deixa-lo mais sair.

Somente para complementar o que estou dizendo, eu assiti nessa mesma semana o Crônicas de Nárnia e percebi que a lição a ser aprendida é semelhante. Não cabe as crianças escolher quando voltar a Nárnia e sim ao mundo desejar que eles retornem. No entanto eles podem ficar tranquilos pois como foi dito "Uma vez reis de Nárnia, vocês sempre serão os reis". ou seja, um dia seu retorno será necessário.

Como escritor eu tenho o privilégio de poder visitar minha Nárnia ou minha Fantasia (que no meu caso se chama Mirr) e poder vivenciar alguns dias de rei, criando e viajando por mares nunca antes navegados. É bom saber que Mirr está lá sempre que preciso me refugiar um pouquinho da realidade e espero em breve poder levar alguns visitantes comigo a exemplo de Michal Ende e C.S Lewis.

2 Comments:

Blogger Ana said...

Meu comentário aqui poderia ser "no comments". Eu penso e sinto exatamente o mesmo que você. :)

Abração!!

1:48 PM  
Blogger Ana Carolina said...

Minha leitura preferida do livro (e filme) é essa mesmo. Essa e outra que se aproxima dela: a de que é uma metáfora... do hábito de ler (em si, não necessariamente da fantasia). De que necessitamos do sonho para não desaparecermos, mas não podemos submergir nele. E de que lendo, podemos ser observadores de mundos, mas não podemos ser tragados por esses mesmos mundos...

Parece um livro bobinho à primeira vista, mas é um dos meus favoritos de longe...
E o filme é também um dos meus favoritos, pelo qual tenho um carinho todo especial.

10:33 PM  

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