Diário de bordo

Sou um escritor iniciante, cuja a maior paixão é mexer com a imaginação e as emoções das pessoas. Como um eterno viajante, passo a vida navegando por mundos imaginários e vivendo aventuras sem fim. Criei esse blog inspirado em alguns escritores profissionais que relatam seu dia a dia, suas dificuldades e experiências em criar universos fantasticos. Acompanhe-me nessa viagem, mas tenha cuidado; Uma vez que se deixe levar pela fantasia, não há mais volta.

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Por que quis ser escritor? - Parte II

Voltando para dar explicações sobre a última postagem. Eu realmente não me lembro quando comecei a escrever ou qual foi meu primeiro texto. Desde criança, escrever para mim foi uma espécie de fuga, uma forma de extravasar meus sentimentos e de me expressar. Já escrevi muita poesia (nas minhas épocas deprê), mas hoje só escrevo contos e histórias.

Mas quanto a explicação? bom, tudo começou em uma noite fria no Paraná, lá pelos idos de 1999. Nessa época eu ja escrevia contos e rascunhava as primeiras anotações de um livro (que ainda esta parado e pretendo retomar um dia). Em Julho daquele ano eu viajei para um sitio em União da Vitória com meus amigos internautas, um grupo que apesar das inumeras mudanças se mantém até hoje, uma familia virtual chamada Turmaluka (ou TM para os intimos).

Durante essa viagem alguém inventou de fazer um show de talentos, onde todos teriam o resto da tarde para improvisar algo para a noite que se aproximava. Aquilo pegou todos de surpresa, especialmente a mim que nunca fui muito talentoso para o showbiz. Depois de considerar um pouco resolvi "ler" de cabeça um conto que havia escrito a alguns anos chamado "Perdido no Tempo". Peguei ainda um CD de trilha sonora para dar um clima e com a cara e a coragem fui para a frente de meus amigos.

Ah de se entender um pouquinho de como esse show de talentos estava funcionando. Essencialmente alguém ia até o palco improvisado e fazia sua apresentação. Em seguida era ovacionado com uma enorme salva de palmas e uma algazarra se instalava até que alguém conseguisse controlar a bagunça para dar lugar ao próximo. Isso aconteceu em todas as apresentações, até a minha vez.

Comecei a ler o conto embalado pela música, um conto bastante auto-biográfico (um dia posto ele aqui) e que por assim dizer não tem o que se chama convencionalmente de final feliz. Ao encerrar a leitura, eu esperava pela algazarra, mas tudo o que obtive foi um silêncio perturbador. Ninguém aplaudiu, ninguém gritou, todos ficaram ali, parados olhando para mim.

Comecei a olhar nos olhos das pessoas e consegui ver olhares de reflexão, olhares perdidos e alguns aparentemente emocionados. Naquele momento eu percebi o quanto as horas de dedicação a uma história valiam a pena, pois, de alguma forma parecia que eu havia tocado aquelas pessoas. Elas ficaram lá, pensando e estou certo que mexi com sua imaginação, imprimi um marca que ficou lá além do momento do conto.

Longe de mim querer parecer egocêntrico ou prepotente, mas ver aquilo nos olhos das pessoas me fez querer causar esse sentimento nelas pelo resto da vida. É fato que nem sempre o que eu escrever irá causar esse tipo de coisa (e é claro que não estarei lá para ver isso), mas se minhas histórias conseguirem criar uma memória, despertar uma idéia que seja, sentirei-me pessoalmente realizado.

Lembro-me de um rapaz na minha comunidade de Duna no Orkut, que disse certa vez ter escrito nas paredes de seu quarto algumas falas de seu personagem favorito. Ele dizia que aquelas frases o inspiravam e que por isso havia colocado elas lá. Espero um dia tocar uma pessoa assim.

Mas bem, chega de papo furado, o caminho é longo e tortuoso e exige muito trabalho. Continuarei fazendo aquilo que mais gosto que é escrever e deixo que o futuro escolha o que fazer com isso

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Olá Claudio!

Estou ansioso para ler seu livro! =)

Desejo sucessos nesse trabalho.

Um grande abraço!

5:27 PM  

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